A dermatite alimentar em cães é um problema cada vez mais frequente nas clínicas veterinárias e que preocupa muitos tutores. Diferente de uma simples intolerância alimentar, trata-se de uma resposta do sistema imunológico do animal a determinados ingredientes da dieta, causando manifestações principalmente na pele e, em alguns casos, também no sistema digestivo.
O grande desafio é que os sintomas podem se confundir com outros tipos de alergias, como a dermatite atópica ou a causada por picadas de pulgas. Por isso, entender os sinais, buscar o diagnóstico correto e adotar uma dieta personalizada fazem toda a diferença no bem-estar e na qualidade de vida do cão.
Neste artigo, vamos explorar em profundidade os sintomas mais comuns, a importância da dieta no controle da dermatite alimentar e as melhores estratégias para manter a pele do seu pet saudável.
Tópicos do Artigo:
O que é a dermatite alimentar em cães?

A dermatite alimentar é uma reação de hipersensibilidade que ocorre quando o organismo do cão identifica determinadas proteínas ou ingredientes da ração ou da comida caseira como “ameaças”. Essa resposta exagerada do sistema imunológico gera inflamação, levando a coceira intensa, vermelhidão, lesões e queda de pelos.
É importante destacar que essa condição pode se manifestar em cães de qualquer idade, raça ou porte, embora algumas raças tenham maior predisposição, como Labrador, Bulldog Francês, Golden Retriever, Shih Tzu e West Highland White Terrier.
Sintomas mais comuns da dermatite alimentar em cães
Reconhecer os sinais é o primeiro passo para buscar ajuda veterinária. Os sintomas da dermatite alimentar podem variar em intensidade, mas geralmente incluem:
- Coceira intensa e persistente, principalmente nas patas, orelhas, focinho e abdômen.
- Vermelhidão e inflamação da pele, que podem evoluir para feridas abertas devido ao ato de coçar.
- Queda de pelos localizada, deixando falhas visíveis no pelo.
- Infecções de pele recorrentes, como piodermite e otite externa.
- Mau cheiro na pele, causado pelo desequilíbrio da barreira cutânea.
- Distúrbios gastrointestinais, como vômitos, diarreia e gases (em alguns casos).
Muitos tutores demoram a associar a coceira à alimentação, já que os sintomas podem surgir semanas ou até meses após o início do consumo de determinado alimento.
Como é feito o diagnóstico da dermatite alimentar?

Diferente de outras doenças dermatológicas, não existe um exame específico que identifique de imediato a alergia alimentar. O diagnóstico é feito principalmente por exclusão, com base em três etapas:
- Histórico clínico detalhado: o veterinário analisa a rotina do pet, sintomas e padrão de aparecimento das lesões.
- Exclusão de outras causas: é preciso descartar parasitas (pulgas, sarnas), dermatite atópica e infecções secundárias.
- Dieta de eliminação: consiste em oferecer ao cão uma dieta hipoalergênica ou caseira com proteína e carboidratos inéditos (ingredientes que ele nunca consumiu antes) por um período de 8 a 12 semanas. Se os sintomas melhorarem, confirma-se o diagnóstico.
Esse processo requer paciência e disciplina, mas é o caminho mais eficaz para identificar a alergia alimentar.
O papel da dieta no tratamento da dermatite alimentar
A alimentação é a base do tratamento. Uma vez identificado o agente causador da alergia, ele deve ser permanentemente retirado da dieta do cão. Isso significa que não basta trocar a ração principal: petiscos, bifinhos e até restos de comida também podem desencadear reações.
Opções de dietas para cães com dermatite alimentar
- Rações hipoalergênicas comerciais: formuladas com proteínas hidrolisadas (quebradas em partículas menores, menos reconhecíveis pelo sistema imunológico).
- Dietas caseiras balanceadas: preparadas com proteína nova (como pato, coelho ou peixe) e acompanhadas de suplementação prescrita pelo veterinário.
- Alimentação natural supervisionada: opção que vem ganhando espaço, desde que formulada por um especialista em nutrição animal.
Ingredientes mais comuns que causam alergia em cães
- Carne bovina
- Frango
- Laticínios
- Trigo
- Soja
- Ovos
Vale ressaltar que não existe “uma proteína vilã universal”. Cada cão pode reagir de forma diferente.
Como a saúde da pele reflete a alimentação do cão

A pele é o maior órgão do corpo e um espelho da saúde interna do animal. Quando a dieta não está adequada, ela se torna a primeira a apresentar sinais de desequilíbrio. Por outro lado, uma alimentação balanceada e livre de alérgenos fortalece a barreira cutânea, melhora a qualidade da pelagem e reduz drasticamente as crises de coceira e inflamação.
Além disso, alguns nutrientes são essenciais para manter a pele saudável em cães com dermatite:
- Ômega-3 e ômega-6: reduzem inflamações e melhoram a hidratação da pele.
- Vitaminas A, E e complexo B: atuam na renovação celular e proteção antioxidante.
- Zinco e selênio: contribuem para a cicatrização e defesa contra infecções.
Cuidados complementares no manejo da dermatite alimentar
Além da dieta, o veterinário pode recomendar:
- Banhos terapêuticos com shampoos calmantes e antissépticos.
- Uso de medicamentos tópicos ou orais para controlar inflamação e coceira em crises agudas.
- Probióticos e suplementos para melhorar a saúde intestinal, já que a imunidade do cão está diretamente ligada ao equilíbrio da microbiota.
Conclusão
A dermatite alimentar em cães é uma condição que exige atenção, paciência e mudanças na rotina alimentar do pet. Embora o diagnóstico não seja imediato, a adoção de uma dieta adequada pode transformar completamente a saúde da pele e a qualidade de vida do animal.
Para os tutores, a chave está em observar os sintomas, buscar orientação veterinária e seguir à risca o plano nutricional proposto. Assim, o cão poderá viver com mais conforto, energia e uma pele saudável, sem as incômodas crises de coceira.
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Todo cão com coceira tem dermatite alimentar?
Não. A coceira pode ter várias causas, incluindo pulgas, dermatite atópica e infecções. Somente a dieta de eliminação pode confirmar a alergia alimentar.
Posso oferecer petiscos caseiros para um cão com dermatite alimentar?
Sim, desde que sejam feitos com os mesmos ingredientes da dieta prescrita pelo veterinário, sem adição de itens desconhecidos.
A dermatite alimentar tem cura?
Não existe “cura definitiva”, mas sim controle. Com a exclusão dos alimentos desencadeadores, o cão pode viver sem sintomas e com ótima qualidade de vida.