Quem tem um pet sabe o quanto eles podem ser carinhosos, brincalhões e cheios de manias. Mas há comportamentos que, embora pareçam inofensivos no início, podem indicar um problema de saúde. Um dos mais comuns é a lambedura excessiva em uma parte do corpo, que pode evoluir para uma condição conhecida como dermatite acral por lambedura.
Essa é uma doença dermatológica que afeta principalmente cães, mas também pode ocorrer em gatos. Ela se caracteriza por uma lesão inflamatória, geralmente nas patas, causada pela repetição constante do ato de lamber. Entender o que está por trás desse comportamento é essencial para proteger o bem-estar do animal e evitar que o quadro se torne crônico.
Neste artigo, você vai aprender o que causa a dermatite acral, como identificá-la e quais são os melhores caminhos para o tratamento e prevenção.
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O que é dermatite acral por lambedura

A dermatite acral por lambedura (também chamada de acral lick dermatitis ou lick granuloma) é uma inflamação da pele causada pelo hábito compulsivo de lamber repetidamente uma mesma região do corpo.
Com o tempo, o contato constante da língua irrita a pele, gerando vermelhidão, inchaço, feridas e até infecções secundárias. As áreas mais afetadas costumam ser as patas dianteiras, principalmente entre o carpo e o cotovelo, mas também podem ocorrer nas patas traseiras e nas articulações.
Esse tipo de dermatite é considerada um distúrbio comportamental com repercussões físicas, pois começa como um hábito e evolui para uma lesão difícil de cicatrizar. O animal lambe por coceira, dor, ansiedade ou simplesmente por tédio, e o ato em si acaba reforçando o desconforto, criando um ciclo vicioso.
Principais causas da dermatite acral
A dermatite acral não tem uma única causa, mas sim um conjunto de fatores físicos e emocionais que podem desencadear o comportamento. Entender o que motiva o pet a lamber é o primeiro passo para um tratamento eficaz.
Fatores físicos
Muitas vezes, a lambedura começa por conta de um incômodo real. Entre as causas físicas mais comuns estão:
- Alergias: reações a alimentos, picadas de pulgas ou substâncias do ambiente podem causar coceira intensa.
- Infecções: bactérias, fungos ou parasitas irritam a pele e fazem o pet lamber a área afetada.
- Dor localizada: artrite, trauma, fraturas antigas ou ferimentos podem levar o animal a lamber para aliviar o desconforto.
- Corpos estranhos: pequenos fragmentos de plantas, espinhos ou sujeiras podem se alojar na pele e gerar irritação.
Fatores emocionais e comportamentais
Quando o veterinário descarta causas físicas, o problema costuma estar ligado ao comportamento do pet. As razões mais comuns incluem:
- Ansiedade e estresse: pets que passam muito tempo sozinhos, sem estímulos ou em ambientes barulhentos, tendem a desenvolver comportamentos repetitivos.
- Tédio: a falta de atividades, brinquedos e passeios pode fazer com que o animal procure algo para ocupar a mente.
- Busca por atenção: alguns cães percebem que lamber excessivamente chama a atenção do tutor, reforçando o hábito.
- Compulsão: em casos mais graves, o comportamento se torna automático, semelhante a um transtorno obsessivo-compulsivo em humanos.
Predisposição de raça
Algumas raças são mais propensas à dermatite acral por apresentarem comportamentos mais ansiosos ou sensíveis à dor. Entre elas, destacam-se:
- Labrador Retriever
- Golden Retriever
- Doberman
- Pastor Alemão
- Boxer
- Weimaraner
Isso não significa que outras raças estejam imunes, mas é importante que tutores de cães desses perfis fiquem mais atentos aos primeiros sinais.
Sintomas e sinais de alerta

A dermatite acral costuma começar de forma discreta, com o pet lambendo uma pequena área com frequência. Mas em pouco tempo, o local pode apresentar sinais evidentes de inflamação.
Os principais sintomas incluem:
- Vermelhidão persistente na pele
- Perda de pelos localizada
- Feridas abertas e úmidas
- Crostas e escurecimento da pele
- Mau cheiro (indício de infecção bacteriana)
- Inchaço ou sensibilidade ao toque
- Lambeção constante, especialmente nas patas
Em estágios avançados, a lesão se torna tão irritada que o animal não consegue parar de lamber, mesmo quando sente dor. Nesses casos, o acompanhamento veterinário é indispensável.
Diagnóstico da dermatite acral
O diagnóstico é feito por um médico-veterinário, geralmente especializado em dermatologia veterinária. O profissional avalia a lesão e busca identificar a causa primária do comportamento.
Podem ser realizados exames complementares, como:
- Raspado de pele e cultura para identificar fungos ou bactérias
- Exames de sangue para verificar inflamações ou alergias
- Radiografias, quando há suspeita de dor óssea ou articular
- Testes comportamentais, se houver indícios de compulsão
É fundamental que o diagnóstico seja preciso, pois tratar apenas a ferida, sem entender o motivo da lambedura, leva à recorrência do problema.
Tratamento da dermatite acral em pets
O tratamento depende da causa identificada. Em geral, é necessário combinar cuidados dermatológicos, terapias comportamentais e, em alguns casos, medicamentos.
Cuidados com a pele
O primeiro passo é tratar a ferida. O veterinário pode indicar:
- Pomadas cicatrizantes e anti-inflamatórias: ajudam a reduzir a inflamação e promover a regeneração da pele.
- Antibióticos ou antifúngicos: quando há infecção secundária.
- Curativos e bandagens: protegem a área para evitar novas lambeduras.
- Colar elizabetano ou roupas protetoras: impedem o acesso do animal à ferida durante a recuperação.
Controle da dor e da coceira
Medicamentos analgésicos, antialérgicos ou corticoides podem ser prescritos temporariamente para aliviar o desconforto e interromper o ciclo de lamber.
Abordagem comportamental
Se o problema tiver origem emocional, é essencial modificar o ambiente e os hábitos do pet. Isso inclui:
- Aumentar a atividade física: passeios diários e brincadeiras ajudam a reduzir o estresse.
- Enriquecimento ambiental: oferecer brinquedos interativos e desafios mentais.
- Treinamento positivo: recompensar comportamentos calmos e redirecionar o foco quando o pet começar a lamber.
- Terapia comportamental: em casos mais graves, o veterinário pode indicar um adestrador ou comportamentalista animal.
Uso de medicamentos específicos
Em situações de compulsão intensa, podem ser prescritos ansiolíticos ou antidepressivos veterinários para ajudar o animal a controlar o impulso de lamber. Esse tipo de medicação deve ser sempre acompanhado por um profissional.
Cuidados em casa e prevenção

Manter uma rotina equilibrada é a melhor forma de evitar a dermatite acral. Alguns cuidados simples podem fazer toda a diferença:
- Garanta que o pet tenha momentos de lazer e interação diária.
- Mantenha as unhas aparadas e a pelagem limpa para reduzir irritações.
- Evite deixar o animal sozinho por longos períodos.
- Faça visitas regulares ao veterinário para check-ups e avaliações dermatológicas.
- Fique atento a mudanças comportamentais, como inquietação ou isolamento.
Lembre-se: quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de recuperação completa e menor o risco de cronificação da lesão.
Quando procurar o veterinário
Se o seu pet apresenta lambedura constante em uma mesma área, mesmo que a pele ainda pareça saudável, é hora de buscar ajuda profissional.
A dermatite acral pode parecer simples no início, mas tende a piorar rapidamente e se tornar um problema persistente. O veterinário poderá determinar a causa e indicar o tratamento adequado antes que a ferida se agrave.
Conclusão
A dermatite acral por lambedura é um problema multifatorial que exige atenção, paciência e acompanhamento profissional. Mais do que uma questão de pele, ela é um reflexo do equilíbrio físico e emocional do pet.
Com o tratamento adequado e pequenas mudanças na rotina, é possível controlar o hábito de lamber e garantir qualidade de vida ao seu animal de estimação. Observar, compreender e agir a tempo faz toda a diferença para o bem-estar do seu melhor amigo.
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